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Marco Junior

O mercado imobiliário residencial do Rio de Janeiro apresentou fortes contrastes em outubro de 2025, de acordo com dados divulgados pelo Secovi Rio. Enquanto a Zona Sul segue como a região mais valorizada da cidade, bairros da Zona Norte — especialmente Madureira — registraram as quedas mais acentuadas no mês.

Venda: Zona Sul lidera valores, e Madureira tem maior retração

Segundo o Secovi Rio, 10 dos 20 bairros analisados apresentaram valorização no preço de venda, embora a variação geral do metro quadrado tenha fechado negativa em –1,14% no mês.

Zona Sul mantém os maiores valores de venda

Os bairros mais caros do Rio seguem concentrados na Zona Sul:

  • Leblon — R$ 24.915/m² (–0,3%)

  • Ipanema — R$ 24.437/m² (–1,2%)

  • Gávea — R$ 17.029/m² (–0,3%)

  • Lagoa — R$ 16.736/m² (–0,2%)

  • Jardim Botânico — R$ 15.095/m² (+0,1%)

Mesmo com pequenas oscilações, esses bairros acumulam altas expressivas nos últimos 12 meses — como Ipanema (+8,5%) e Gávea (+7,3%).

Zona Norte registra as maiores quedas

Na outra ponta do mercado, a Zona Norte concentrou as desvalorizações mais relevantes:

  • Madureira — R$ 3.181/m² (–0,4% no mês e –8,0% em 12 meses)

  • Méier — R$ 4.591/m² (+0,01% no mês, –0,1% em 12 meses)

  • Tijuca — R$ 6.636/m² (+1,4% no mês)

Madureira foi o bairro com pior desempenho anual entre todos os avaliados.

Locação: valorização maior em bairros populares, mas Zona Sul permanece no topo dos preços

No mercado de locação, 11 bairros tiveram alta no valor do m², embora a variação geral tenha sido de –1,67% no mês, segundo o Secovi Rio.

Maiores altas no aluguel

Entre as maiores valorizações mensais estão:

  • Laranjeiras — +3,6%

  • Taquara — +3,0%

  • Campo Grande — +2,9%

  • Recreio — +2,4%

Na Zona Sul, os destaques positivos foram Copacabana (+1,8%) e Ipanema (+1,4%).

Zona Sul segue com os maiores valores de locação da cidade

Os aluguéis mais caros continuam concentrados nos bairros nobres:

  • Leblon — R$ 114,47/m² (+0,8%)

  • Ipanema — R$ 110,80/m² (+1,4%)

  • Lagoa — R$ 77,92/m² (+1,0%)

  • Gávea — R$ 69,49/m² (–0,4%)

Apesar de eventuais variações, a demanda elevada mantém os preços em patamares superiores.

Zona Norte permanece como a região mais acessível

Bairros como:

  • Madureira — R$ 18,49/m²

  • Campo Grande — R$ 18,86/m²

  • Méier — R$ 22,55/m²

continuam oferecendo os valores de aluguel mais baixos da cidade.

Rentabilidade do aluguel: Laranjeiras lidera; Zona Sul apresenta menor retorno ao investidor

O Secovi Rio também avaliou a rentabilidade mensal do aluguel em relação ao valor de venda. Entre os bairros com melhor retorno aparecem:

  • Laranjeiras — 0,590% ao mês

  • Centro — 0,588%

  • Madureira — 0,581%

Já alguns bairros da Zona Sul registraram as menores rentabilidades da cidade:

  • Gávea — 0,408%

  • Jardim Botânico — 0,427%

  • Ipanema — 0,453%

Ou seja, embora valorizados para venda, esses bairros acabam entregando um retorno proporcionalmente menor para investidores.

Taxa condominial pesa mais na Zona Norte

Outro ponto analisado foi o peso da taxa de condomínio no valor do aluguel mensal. O Secovi Rio aponta que:

  • Méier — 48,3%

  • Madureira — 44,2%

  • Taquara — 43,2%

são os bairros onde o condomínio representa a maior parcela do valor do aluguel.

Na Zona Sul, os percentuais são muito mais baixos:

  • Leblon — 16,4%

  • Ipanema — 16,7%

  • Copacabana — 20,5%

Esse contraste mostra que, apesar dos valores absolutos menores na Zona Norte, o morador acaba comprometendo proporcionalmente mais renda com o condomínio.


Conclusão: um Rio de contrastes cada vez mais evidentes

Os dados do Secovi Rio reforçam a forte segmentação do mercado imobiliário carioca:

  • A Zona Sul continua liderando em preços, mesmo com leves acomodações.

  • A Zona Norte, sobretudo Madureira, enfrenta as quedas mais significativas.

  • O mercado de locação segue aquecido em bairros populares.

  • A rentabilidade é maior fora da Zona Sul, apesar de aluguéis mais baratos.

Para compradores, locadores e investidores, acompanhar esses movimentos é essencial em um mercado que segue dinâmico e profundamente desigual entre suas regiões.

Fonte de Dados: Secovi Rio CEPAI