Seja ao casar, para dividir despesas ou até mesmo alugar um quarto que está vazio na casa, é comum compartilhar um imóvel entre um casal, amigos e até mesmo pessoas desconhecidas. Se a ideia é dividir o apartamento ou a casa com alguém, alguns cuidados são necessários para evitar qualquer tipo de desgaste.
Antes mesmo de definir as regras sociais para uma boa convivência, é preciso chegar a um consenso em relação à decoração. Afinal de contas, nem sempre os gostos são parecidos. Mas é possível criar um ambiente bonito e aconchegante conciliando as preferências de cada um.
O primeiro passo é escolher a tonalidade que será usada na pintura e é importante que essa decisão seja tomada em conjunto. “O ideal é pegar uma cartela e escolher as cores juntos”, explica o arquiteto Artur Diniz.
Porém, nem sempre há consenso e, nestes casos, as tonalidades mais neutras são mais favoráveis porque são menos arriscadas. “Desta forma, melhor partir para cores claras, o branco ou para uma cor neutra”, acrescenta. E se a ideia é agradar cada morador com uma cor diferenciada, é preciso ter cuidado. “Se cada um quiser uma cor diferenciada, que não dialogue entre si, recomendo usar apenas uma tonalidade em paredes de ambientes bem distintos, mas lembrando de usar as cores com moderação”, afirma o arquiteto.
Outro ponto importante é otimizar o espaço, com um layout bem estudado e que não precisa ser fixo. “Algumas peças podem ser remanejadas de acordo com as necessidades que vão se delineando com a convivência ou até com a chegada de um novo morador. Pode-se também prever as instalações elétricas ou hidráulicas de forma que tornem mais versáteis uma possível mudança na disposição do mobiliário”, explica Artur Diniz.
Na hora de pensar o layout, também deve-se delimitar cada área “privativa” dos moradores. “Seja no armário, na estante, no serviço ou até mesmo um espaço no quarto. Ali ele vai poder guardar seus objetos pessoais sem interferir no espaço do outro”, completa.
Quanto aos móveis, é fundamental adquirir mobiliário e acessórios que facilitem a organização do espaço. Ou seja, eles devem conciliar funcionalidade, praticidade e beleza. “Sofás e poltronas mais leves e fáceis de arrastar são ideias.
Armários móveis com rodízios vão garantir a facilidade na mudança de layout, caso necessário”, diz o arquiteto. Se o imóvel não for muito grande e a falta de espaço seja um problema, situação corriqueira nos apartamentos atuais, será interessante usar móveis mais funcionais.
“Algumas soluções são camas com baú, mesas retráteis e armários com portas ou gavetões. E ainda são muitos os recursos para quem quer deixar a casa organizada: armários com pastas, prateleiras, caixas organizadoras, nichos para objetos e gavetas com organizadores na cozinha. Tudo é válido para manter o espaço na mais perfeita ordem sem misturar os pertences”, completa.
Cada detalhe deve ser pensado com atenção, afinal de contas, a decoração dificilmente vai atender aos moradores de forma unânime. Portanto, é fundamental não exagerar nos itens decorativos. “Uma decoração discreta e neutra vai ser útil e poderá ser complementada por alguns objetos de uso pessoal, que deixem o espaço com um pouco da história de cada um. Mas lembre-se que as peças devem ser discretas também”, indica Artur. O arquiteto sugere pequenos objetos de decoração, como retratos de família e vasos com flores, de forma que criem no morador o sentimento de pertencimento daquele lugar.
Para evitar qualquer tipo de desgaste, também é importante delimitar no layout cada área privativa dos moradores, seja no armário, na estante ou no serviço. Desta forma, ele vai poder guardar os objetos pessoais sem interferir no espaço do outro. “Se a ideia é separar itens pessoais nas áreas comuns, como cozinha e área de serviço, é importante garantir a organização comcestos de roupas e gavetas. E cada espaço pode ser diferenciado com etiquetas para cada morador”, esclarece.
Cômodos
Se o imóvel será compartilhado por amigos, o ideal é ter um quarto para cada morador. Desta forma, além de garantir mais privacidade, é possível fazer daquele o seu espaço, com os seus objetos pessoais, sua decoração, suas cores, sua mobília no seu estilo. “Ali será seu mundo quando estiver cansado da agitação de um espaço compartilhado. Existirá um espaço de silêncio para estudar, ler, descansar, enfim, terá sua privacidade”, afirma Artur Diniz. “E se apenas as áreas comuns forem compartilhadas, será importante ter um frigobar no quarto, mas isto também vai depender das regras e condutas estabelecidas”, acrescenta.
Outra questão, segundo o arquiteto, é que o espaço deve ser pensado para dar privacidade às áreas íntimas. “Para garantir silêncio no quarto enquanto ocorre uma reunião de amigos na sala, por exemplo, pode-se instalar uma porta no corredor para ajudar a isolar o som. Isto pode evitar futuros desentendimentos”, conclui.
Fonte: Revista Zap