A personal organizer Cora Fernandes dá dicas para evitar frustrações quando for organizar a casa
Você já se frustrou tentando organizar a casa com alguma técnica mirabolante? Ou investiu em itens de organização e depois não soube usá-los? Bom, se serve de consolo, você não está sozinho: o processo de organizar a casa, ou mesmo um ambiente, não é fácil e existem dicas que podem acabar atrapalhando mais do que ajudando se não forem feitas da maneira correta. Para tentar prevenir alguns desses erros mais comuns, separamos 5 ideias de organização que, se não forem muito bem planejadas, acabam sendo contraproducentes. Olha só:
1. Técnicas de organização genéricas
Deixar as peças de roupa milimetricamente posicionadas na gaveta, guardar os itens com técnicas de dobra ultraelaboradas, colocar etiquetas em cada cabide… podem parecer recursos ótimos na TV ou internet, mas nada disso funciona se a pessoa não for capaz de manter aquilo durante a sua rotina. “O problema não é uma organização excessiva, mas, sim, uma organização não personalizada. A organização tem que deixar o dono da casa confortável e tem que ser algo que a pessoa consiga manter mesmo quando não tiver nenhum profissional por perto”, explica Cora. “A organização deve ser pensada para todos os que moram naquela casa quando os ambientes são compartilhados, e precisa ser altamente individualizada quando se trata de um [espaço mais íntimo] como um guarda-roupa, um armário”.
2. Sair comprando caixas organizadoras
“O que atrapalha muito é comprar um organizador sem primeiro ver qual a necessidade e o que será colocado ali”, avisa Cora. “Às vezes a pessoa compra diversas caixas para guardar sapatos, por exemplo, mas depois acaba vendo que o nicho onde elas seriam colocadas não tem uma altura legal para esses itens. Só que aí, você já perdeu dinheiro com isso”.
Por isso, antes de se empolgar e encomendar vários modelos de organizadores, Cora recomenda medir bem o espaço onde serão colocados e definir o que será colocado ali. Isso evita que você acabe com uma porção de caixas sem utilidade em casa que, no final do dia, irão se tornar parte da bagunça se não forem utilizadas.
3. Investir em organizadores pouco funcionais
O tipo de organizador também importa, viu? Para Cora, os modelos mais simples — como caixas e cabides — são também os mais práticos. “Existem muitos organizadores que, no meu entendimento, não considero funcionais. Por exemplo, alguns aramados. Pode ser que alguns modelos de fato ajudem, porém existem outros que exigem cuidados. Alguns são usados para pendurar xícaras, mas, dessa forma, você pode esbarrar nelas com mais facilidade do que se elas estivessem apoiadas em uma prateleira. Então este é o tipo de coisa que funciona mais para decoração do que para uma organização final”, afirma.
É também preciso considerar o que será feito com aqueles itens em caso de mudança. Colocando na ponta do lápis, pode valer mais a pena investir em marcenaria simples — como prateleiras — do que em móveis organizadores. A lógica também se aplica para quem quer comprar diversas caixas de organização: caso elas sejam numerosas e de grande volume, podem perder a utilidade caso você se mude.
Para Cora, o segredo é não ficar procurando itens mirabolantes. “Eu compro apenas caixas organizadoras e cabides. Faço isso porque sei que, se uma caixa organizadora não serve no meu armário, ela servirá no armário do meu filho. Ela também pode ficar no chão ou na lavanderia. Então são itens básicos como estes que têm menos probabilidade de dar errado”.
4. Organizar peças de roupa apenas por cor
“Organizar o guarda-roupa apenas por cor, na verdade, dá a impressão de que a pessoa vai conseguir visualizar com facilidade os itens. Porém, eu acho isso ilusório. Vamos supor que você precisa contar quantas blusas de regata você tem. Mas você não consegue, porque os tipos de peças estão misturados e aquilo atrapalha sua rotina”, exemplifica a personal organizer. “Por isso, se for organizar por cor, acredito que isso precisa ser feito até acabar a categoria. Por exemplo: uma solução para o problema citado seria criar a categoria ‘blusa de regata’. Então, primeiro separo as peças por tipo e depois as organizo por cor naquela categoria inteira. Dessa forma, quando eu precisar saber quantas peças de determinado tipo e determinada cor eu tenho, será muito mais fácil”.
5. Esvaziar o fundo do armário
Para Cora, aquele espaço vazio que você consegue abrir no fundo do seu armário depois de passar horas arrumando itens dá a falsa sensação de que você conseguiu organizar aquele espaço. Mas não é bem assim. “O fundo [do armário] nunca é espaço. Ele acaba sendo inútil, porque você não consegue visualizar o que guarda ali. Esse espaço só é bem utilizado quando está no seu campo de visão, ou seja, na altura dos seus olhos, e permite que você visualize os itens ali guardados. Agora, se ele fica muito no alto ou muito abaixo [da sua vista], você acaba não identificando aquilo que tem e as peças ficam ali, esquecidas. Porque, afinal, você só coloca no fundo do armário aquilo que não usa”, finaliza a profissional.
Fonte: Casa Vogue